segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Tua Descrição....


Apesar de te desenhar exoticamente erótico,
escandalosamente puro,
sensualmente amorfo
e sentimentalmente duro
você é concretamente aéreo,
delicadamente sedutor
fatalmente tentador
e o motor de todo o metabolismo amoroso
que perpassa pelas pálpebras incolores
de um sorriso vagamente distraído...
Quantas vezes balbucio inconscientemente nossa identidade?
Afinal quem somos? Não sei, não sabemos!
Ninguém! Ninguém!
Sim, você e eu a negação de nós próprios,
a sombra do pensamento,
a penumbra do sentimento,
escravos do tempo e da paixão
que nos fez perder a razão...
Sim, você e eu,
o aceno que se desenha obsceno entre o beijo
e a flor do desejo,
a loucura que vagueia atormentada
entre o sim e o não da tua voz,
o som da palavra que vive torturada
na fronteira da vida e da morte,
ou a esperança sagrada que vegeta forçada,
acorrentada e amaldiçoada
a ecoar de quebrada em quebrada
como se já não fosse nada...
Sim, você e eu,
um poema que sabe a dor,
um dilema sem sabor,
uma pena embandeirada de terror,
o tudo e o nada de um segredo empolgante
revelado numa esquina do degredo tropical,
agonia de um brotinho de gente imatura, mas sensual,
que divaga perdidamente só
entre a loucura de um beijo desesperadamente breve
e a finesse de um abraço escravo do "stress"
que cresce dentro de mim
para me avisar que esta loucura jamais terá fim...
Sim, você e eu,
um amor..., o meu amor nada mais!

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